Platelmintos

PLATELMINTOS

- Os Platelmintos são vermes do filo Platyhelminthes(do grego platy: 'achatado'; e helmin: 'verme'), que compreendem em torno de 15 mil espécies, e surgiram na terra há provavelmente cerca de 600 milhões de anos. A característica mais marcante, e que define o visual dessas criaturas de maneira bem singular, é o seu corpo achatado dorso-ventralmente. Vivem principalmente em ambientes aquáticos, como oceanos, rios e lagos; são encontrados também em ambientes terrestres úmidos. Alguns têm vida livre, outros parasitam animais diversos, especialmente vertebrados.

Embriologia
Os Platelmintos apresentam Novidades evolutivas. São;

-Acelomados (não possuem celoma) 

-Triblásticos (possuem os três folhetos germinativos: ectoderme, mesoderme e endoderme).

- Possuem simetria bilateral;

-Sistema nervoso(Cefalização)-Ganglionar;

-Sistema Excretor ;

-Sistema digestório Incompleto(Apenas Boca).

* A ectoderme dá origem ao revestimento externo, a mesoderme dá origem à musculatura e ao parênquima, que é um tecido que preenche todo o espaço entre o intestino e a parede do corpo. A endoderme dá origem ao intestino e seu revestimento.



Estrutura
- Para elucidar a estrutura corporal dos platelmintos, definimos como exemplo um representante de vida livre: a planária de água doce, que mede cerca de 1,5 cm de comprimento. Esse animal possui um corpo revestido por uma epiderme rica em células glandulares, encarregadas de produzir secreção mucosa.
  Ele se desloca deslizando sobre um trilho de muco produzido por ele mesmo. O deslocamento é guiado pela parte inferior do seu corpo, através do batimento coordenado de alguns cílios que suas células possuem e alimentam-se de moluscos, de outros vermes e de cadáveres de animais maiores, entre outros exemplos.
  Na região anterior do corpo da planária localizam-se a cabeça e os órgãos dos sentidos: ocelos, estruturas capazes de detectar contrastes entre claro e escuro, mas que não formam imagens; órgãos auriculares, expansões laterais da cabeça capazes de perceber sensações gustatórias e olfatórias, auxiliando o animal na localização do alimento. 

  Células musculares e um tecido denominado mesênquima preenchem a região entre a epiderme e a parede da cavidade digestória da planária. A criatura pode contrair-se com sua musculatura disposta por todo organismo. Ela realiza assim diversos movimentos, como alongar-se, encurtar-se ou virar o corpo em qualquer direção.
  As planárias possuem uma capacidade incrível de regeneração, pois suas células mesenquimatosas são totipotentes, ou seja, capazes de multiplicarem-se e diferenciarem-se nos vários tipos de células corporais.
         




Digestão
- Os sistema digestório dos platelmintos é incompleto, ou seja, a boca é a única abertura para o exterior, não possuindo ânus. A digestão pode ser intra ou extracelular. O intestino é bastante ramificado, o que facilita a distribuição do alimento digerido. O que não é utilizado na digestão é eliminado pela boca.  As planárias possuem a boca na região ventral e uma faringe protátil (exteriorizada), o que facilita a captação de alimento, sugando.



Excreção
- São os primeiros animais a apresentar sistema excretor: o protonefrídio, que é formado por vários túbulos excretores com células-flama. As células-flama são fundamentais neste sistema excretor. Apresentam vários flagelos que promovem a movimentação dos fluidos, fazendo com que eles sejam muito bem filtrados.
  Os resíduos caem em um sistema de ductos ou túbulos, que se abrem para o exterior através de estruturas chamadas nefridióporos, que são poros excretores. Estes poros situam-se na superfície dorsal do corpo, lateralmente.




Reprodução
- A reprodução dos platelmintos possui grande diversidade.

  Reprodução Assexuada: Algumas espécies de planária conseguem se reproduzir pelo fascinante processo de fragmentação do seu corpo, apesar de não ser essa a principal forma de reprodução.
Um fragmento reconstitui uma planária completa, através de sua elevada capacidade regenerativa. Cada um de seus pedaços pode dar origem um corpo inteiro, se for cortado em até um décimo de seu tamanho.

Reprodução Sexuada: Algumas espécies de platelmintos, como o esquistossomo, são dioicas (sexos separados). Outras, como planárias e tênias, são monoicas (hermafroditas).

 O sistema reprodutor feminino da planária de água doce constitui-se de um par de órgãos produtores de gametas, os ovários, conectados a tubos, os ovidutos, por onde saem os óvulos maduros. É produzida uma substância nutritiva para os embriões em glândulas vitelínicas,onde os ovidutos desembocam.
  A vagina é a porção terminal do sistema genital feminino que se comunica uma bolsa comum aos dois sexos, o átrio genital. Alguns platelmintos possuem útero, uma bolsa específica para guardar ovos maduros até o momento de serem eliminados.

O sistema reprodutor masculino é composto por diversos testículos, cada um conectado a um tubo por onde os espermatozoides alcançam os ductos deferentes. Estes transportam os espermatozoides ao pênis, situado no átrio genital comum.
  A copula acontece em planárias e outros platelmintos. Processo em que dois indivíduos sexualmente maduros unem-se e justapõem os poros genitais, cada um introduzindo o pênis no poro genital do parceiro.
  Após ocorrida a troca de espermatozoides, os animais separam-se e, em cada planária, os espermatozoides recebidos do parceiro percorrem os ovidutos, onde se encontram com os óvulos, fecundando-os.




Classes dos platelmintos
Turbellaria – planárias
Trematoda – esquistossomos
Cestoda – tênia
- Conhecidas popularmente como planárias, a classe Turbellaria (turbelários) é composta por espécies de vida livre (isto é, não são parasitas).

- A classe Trematoda (trematódeos) apresenta características de ectoparasitismo, vivendo assim na parte externa do corpo de hospedeiros, e também endoparasitismo, habitando dessa forma dentro dos hospedeiros.

- Os vermes chamados de tênias classificam-se dentro da Cestoda (cestoides). Elas são endoparasitas que habitam o intestino de animais vertebrados.




Doenças causadas por platelmintos
-Entre as principais doenças causadas por platelmintos podemos citar: Esquistossomose, Teníase e Cisticercose.

Esquistossomose
- A esquistossomose é conhecida como uma verminosa causada por platelmintos do gênero Schistosoma, da classe das trematodas. O alojamento desse ser no corpo humano varia de acordo com a espécie, podendo acontecer nos vasos sanguíneos da bexiga, do intestino, ou do fígado.

  A eclosão dos ovos e a liberação das larvas ciliadas, ou miracídios, acontece no encontro com córregos ou lagoas de águas relativamente limpas. A continuação do ciclo do esquistossomo só ocorre, se houver na água, alguns tipos de caramujos que funcionam como hospedeiros intermediários aos miracídios.

  Após adentrar no caramujo, uma larva passa por várias transformações reproduzindo-se ativamente. Então, ela logo dá origem a dezenas ou centenas de cercárias, larvas dotadas de caudas que se desprendem do corpo do caramujo. Essas cercárias são capazes de nadar livremente e a pele de uma pessoa como meio para entrar em seu corpo.
 
A esquistossomose possui diversos sintomas. Durante sua fase aguda o portador do verme apresenta manifestações clínicas como coceiras e dermatites, febre, inapetência, tosse, diarreia, enjoos, vômitos e emagrecimento.



Teníase e cisticercose
  O consumo de carne malcozida contendo cisticercos transmite a teníase. No organismo dos hospedeiros, o cisticerco se expande, dando origem a uma pequena estrutura que conecta-se à mucosa intestinal, formando uma tênia.

  Os sintomas apresentados pelo hospedeiro de uma infestação de tênias são relativamente brandos, como diarreias, prisão de ventre, insônia e irritabilidade. A pessoa que sofre dessa verminose geralmente é magra, pois existe competição de alimento entre ela e o parasita.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reino Fungi

Peixes

Agnatos e Agnatostomados: Aspectos Gerais